Cães a Serviço do Homem

Cães de Serviço


O cão de serviço auxilia pessoas com incapacidades motoras ou outras necessidades especiais. Algumas tarefas que este cão pode executar incluem acender e apagar luzes, abrir e fechar portas, puxar cadeiras de rodas, apanhar objectos caídos e “chamar” ajuda.

Os cães mais utilizados são os Labrador Retriever e os Golden Retriever devido à sua «elevada capacidade de concentração e carácter dócil». A avaliação e treino começam quando são ainda muito pequenos. São feitos vários testes para ver se são animais equilibrados. Não podem ser nem submissos nem dominantes e têm de demonstrar interesse precoce pela interacção com os humanos. São treinados durante dez a doze meses e, antes de serem dados, têm um período de acoplamento com os novos donos.
Os cães de assistência fazem ainda programas de actividades em lares de terceira idade, hospitais e escolas de ensino especial.


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Cães de Salvamento 
Os cães de salvamento são utilizados sempre que se registam incidentes importantes. Graças às suas numerosas e eficazes intervenções, contam-se às centenas os sobreviventes libertados e salvos pelos cães de resgate.

Os cães de salvamento foram utilizados pela primeira vez na Grã-Bretanha, durante a 2ª Guerra Mundial. Estavam encarregados de localizar as pessoas soterradas por escombros de edifícios. A sua eficácia foi tão grande que, nos anos 50, começaram a serem criadas escolas para formação de cães de salvamento, não só na Inglaterra, como também nos Estados Unidos, Alemanha e Suíça.

As operações de socorro em que os cães intervêm são numerosas, pois a cada ano são registados um milhão de abalos sísmicos em todo o mundo e aos terramotos acrescentem-se os desabamentos, incêndios, explosões, acidentes em obras de construção, minas ou edifícios.

Pela sua mobilidade e faro, os cães treinados para a busca e salvamento de vítimas completam o trabalho de aparelhos de detecção electrónicos, e muitas vezes, superam-nos.

Enquanto aparelhos geófonos captam e amplificam os gritos, gemidos ou o bater do coração das vítimas, o cão, graças ao seu olfacto privilegiado, pode localizar pessoas mortas ou vivas.

As reacções dos cães indicam se devem ou não ser activados os pedidos de socorro. O cão não deve começar a remexer os escombros para não se ferir ou ferir a vítima a não ser que seja ordenado. Quando late a pessoa está viva. Quando se “espanta” indica que são pessoas mortas, limitando-se a indicar o local.

As raças mais utilizadas para cães de salvamento são: Pastor Alemão; Pastor Belga; Boxer; Dobermann; Labrador e Rottweiller.


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Cão a serviço dos Surdos

O universo sonoro está evidentemente fora do alcance das pessoas que sofrem de problemas auditivos. Elas desconhecem os ruídos mais familiares que lhes permitiram a comunicação mais eficiente. O cão educado para responder a essas chamadas pode substituir o ouvido surdo, reagindo em seu lugar e fazendo com que o dono os entenda.

Foi nos Estados Unidos que apareceram os primeiros cães para surdos. A formação de cães para surdos começou em 1976, com a American Humane Association, em Denver, Colorado. Com o objectivo de responder à crescente requisição deste serviço, a associação adquiriu uma fazenda no estado de Massachusetts para instalar um centro de formação chamado Hearing Dog (cão ouvinte).

O programa Norte-Americano dirige-se, principalmente, para a educação de cães destinados a pessoas que sofrem de uma surdez grave e buscam uma independência. Cada cão é minuciosamente escolhido em função das necessidades e possibilidades do futuro dono. Depois inicia-se o período de formação durante 4 meses.

Qualquer cão pode ser útil a um deficiente auditivo. Assim, se a pessoa já tem um cão, ele poderá ser educado com esse objectivo. Não interessa que seja macho ou fêmea, de raça pura ou não, o essencial é que seja tranquilo, doce, amigável, astuto, suficientemente curioso para procurar ruídos e inteligente para identifica-los. O cão para surdos-mudos deve ter aptidão para a obediência ao toque na mão.

A ideia básica do cão para surdos é que ele reaja a certos sons familiares no lugar do dono. Ensina-se o animal a registar prioritariamente quatro sons diferentes: a campainha da porta, a do telefone, a do despertador e a do choro do bebé.

O cão deve poder identificar e determinar a sua origem. Depois, é treinado para chamar a atenção do dono com gestos: pegar na sua mão, por exemplo, para levá-lo até a origem do som percebido.

Publicada por Projecto: Bem-Estar Animal em 10:58:00


Cães de Alerta

O cão de alerta “avisa pessoas, por exemplo com epilepsia, da proximidade de ocorrência de um ataque”.

O cão de alerta de convulsões (seizure-alert dog) e associado a este, alguns autores ingleses falam ainda de cão de resposta às convulsões (seizure response dog), é seleccionado de acordo com a sua personalidade e temperamento e deve ser capaz de realizar tarefas como permanecer junto do dono durante uma convulsão, trazer-lhe o telefone ou “chamar” ajuda.

Strong, Brown & Walker (1999) levaram a cabo um estudo com seis pessoas clinicamente diagnosticadas com epilepsia que apresentavam convulsões frequentes e recorrentes e cujo tratamento farmacológico não foi alterado durante o estudo. Foram aplicadas técnicas específicas de treino a cada um dos cães, para que estes pudessem associar a convulsão a um evento agradável e que mais tarde pudessem detectar e indicar a aproximação de uma crise. A frequência das convulsões foi monitorizada retrospectivamente antes, durante e após o treino através dos registos diários de cada indivíduos. Todos os cães foram treinados com sucesso, em seis meses, para detectar e indicar convulsões iminentes com um período de antecedência que variou entre 10 e 45 minutos, mas que se manteve constante para cada cão. Em cada indivíduo houve uma redução na frequência das convulsões.
Existem relatos de cães que lambem as mãos do dono, ladram na sua frente, andam à sua volta, ganem, saltam, “dão a pata” ou deitam-se e permanecem imóveis antes da crise convulsiva. Foram também descritos alguns comportamentos mais particulares dos cães em relação às crianças epilépticas, por exemplo, um dos cães obriga a sua dona que aprendeu recentemente a andar a sentar-se antes de uma crise atónica enquanto outro impede que a sua pequena dona se aproxime das escadas 15 minutos antes de uma crise.
Há cães que não alertam para as convulsões, mas de uma forma aprendida ou inata respondem com uma atitude de “cuidadores” assim que se inicia a convulsão, durante e/ou imediatamente após a crise. Estes, de forma semelhante aos de alerta, podem lamber o dono, ganir, apresentar um comportamento de protecção sem agressividade ou “chamar” ajuda. Dado que a estimulação somato-sensorial pode afectar tanto a actividade convulsiva como outras formas patológicas de actividade aumentada do cérebro, o efeito pode ser benéfico e alguns donos referiram que o facto de os cães os lamberem pode interromper ou até mesmo prevenir as suas convulsões.

Publicada por Projecto: Bem-Estar Animal em 10:57:00 2 comentários :


Anónimo disse...
Gostaria de receber mais relatos de cães de alerta e se existe em Minas Gerais Obrigado

5 de Abril de 2010 02:48


Paula disse...
Boa tarde,
o nosso grupo está mais focalizado em Portugal, devido ser o local onde nos encontramos, no entanto em consegui informar-me que existem cães de alerta no Brasil, mas mais precisamente em Minas Gerais não tenho informação.

Obrigado, qualquer outra questão faça o favor.

14 de Abril de 2010 16:06

Cães Guia

História
A primeira relação privilegiada entre um cão e uma pessoa cega perde-se no tempo, mas talvez o exemplo mais antigo seja uma gravura mural presente nas ruínas romanas do século I da cidade de Heculaneum.
No entanto, a primeira tentativa sistemática para treinar cães para guiarem cegos data mais ou menos do ano de 1780 no hospital para cegos Les Quinze-Vingts em Paris. Algum tempo depois, em 1788, Josef Riesinger, um fabricante de peneiras austríaco de Viena, treinou um Spitz Alemão tão bem, que as pessoas, frequentemente duvidavam de ele ser cego.
Depois, em 1819, Johann Wilhelm Klein, fundador do Instituto para a Educação dos Cegos ( Blinden-Erziehungs-Institut) em Viena, mencionou o conceito do cão-guia para cegos no seu livro sobre educação de pessoas cegas (Lehrbuch zum Unterricht der Blinden). 
A história moderna dos cães-guia para cegos, começa durante a 1ª Guerra Mundial, quando milhares de soldados voltaram da frente de batalha cegos por causa do gás venenoso. Um médico alemão, Dr Gerhard Stalling, teve a ideia de treinar um grande número de cães, para ajudar esses soldados. Esta ideia surgiu quando passeava com um paciente pelos jardins do hospital, na companhia do seu cão. Deixou-os por alguns momentos, e quando voltou, teve a certeza de que o seu cão estava a tomar conta do paciente cego.
O Dr Stalling começou a estudar várias formas de treinar cães, de modo que estes se tornassem guias fiáveis e, em Agosto de 1916, abriu, em Oldenburg, a primeira escola do mundo de cães-guia para cegos. A escola cresceu, e abriu novas filiais em Bona, Breslau, Dresden, Essen, Freiburg, Hamburgo, Magdeburgo, Münster e Hannover, que educavam 600 cães por ano. De acordo com alguns relatos, estas escolas forneciam cães não apenas para ex-soldados, mas também para pessoas cegas no Reino Unido, França, Espanha, Itália, Estados Unidos, Canadá e União Soviética.

Cães-Guia em Portugal
Em 1996, nasceu a primeira escola portuguesa de cães-guia.
Sabina Teixeira, Vítor Costa e Marta Ferreira são os educadores de cães-guia da Escola de Mortágua e são as três únicas pessoas que exercem esta profissão em Portugal.
Desde 1999 já foram entregues 49 cães, no entanto a lista de cegos interessados em ter um destes animais ainda inclui cerca de 60 nomes.
Um cão-guia para cegos é um animal, geralmente de raça retriever do labrador, que é educado durante dois longos anos para conduzir o dono em segurança nas suas deslocações. Os dois elementos da dupla servem-se do arnês para comunicarem um com o outro enquanto caminham confiantes pela rua.
Um cão-guia para cegos é um cão que tem por principal função conduzir uma pessoa cega em segurança através dos espaços onde ela precisa de circular. Evita todos os obstáculos com que o dono possa colidir, quer os que se encontram à altura do solo, como carros mal estacionados, postes, pessoas e até excrementos de outros animais, quer os que ameaçam a cabeça do cego, como ramos de árvores, por exemplo. Desvia-o dos buracos no pavimento, escolhe o piso menos acidentado, evita que a pessoa cega pise as poças de água. Procura-lhe um lugar vago no autocarro ou num café, leva-o até ao balcão de atendimento nos estabelecimentos comerciais, encontra-lhe a máquina multibanco ou telefone público mais próximos, localiza as passadeiras para peões e impede que o dono atravesse a rua quando estão carros a passar.
Para realizar o seu trabalho, até o cão tem farda própria. O arnês é o acessório indispensável ao bom funcionamento e à segurança da dupla cego/cão-guia. Basicamente compõe-se de duas partes: o colete e a pega.
Mas para além de todo o trabalho que realiza, o cão-guia é ainda uma excelente companhia, que contribui para alterar a postura cabisbaixa do cego, caminhando com a bengala pela rua. É factor de aumento de auto-estima e representa uma extraordinária melhoria na qualidade de vida da pessoa cega, ao nível da sua autonomia independência.

RAÇA DE ELEIÇÃO

Não é qualquer animal que está à altura de desempenhar este papel. É preciso que tenha uma boa capacidade de aprendizagem, não só no que diz respeito à quantidade de informação que consegue interiorizar mas sobretudo no que se refere à capacidade de registo, ou seja, é necessário que não esqueça o que aprendeu.
Não pode apresentar qualquer sinal de agressividade, porque isso prejudicaria tanto a sua relação com o utilizador cego como a relação deste com as outras pessoas.
Tem que revelar bons índices de obediência e ser um cão mais submisso do que autoritário, para que o seu único critério para desobedecer ao dono seja evitar que ele ponha em perigo a sua segurança.
É preciso que tenha uma boa capacidade de adaptação a novas circunstâncias porque, nomeadamente ao nível do número de pessoas a quem se subordinará, irá conhecer uma família de acolhimento, que o socializará nos seus primeiros meses de vida, um educador, que lhe ministrará o treino específico e, finalmente, o utilizador cego. Quanto a ambientes, depois de ter sido educado e treinado num determinado lugar, este cão tem que abandonar o espaço que conhece e transferir-se para a residência do cego que, normalmente, é num local do país completamente diferente e, por vezes, bem distante.
Por todas estas razões, a raça escolhida em Portugal para ser utilizada como cão-guia foi o retriever do labrador. Este animal reúne todas as características fundamentais para exercer este trabalho com competência, isto é, sem pôr em causa a segurança do utilizador cego. Além disso esta raça apresenta uma natural tendência para servir o ser humano, tarefa que desempenha com alegria, o que o torna um companheiro fácil de gratificar, desinteressado, dedicado e digno de confiança.

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